Criança de 7 anos sofre queimaduras nas costas após dormir em cima do celular


Criança teve as costas queimadas por celular — Foto: 
Reprodução

11 de SETEMBRO 2020 - Uma criança de 7 anos sofreu queimaduras nas costas depois de ter dormido em cima de um aparelho celular. O caso aconteceu na noite de domingo (6), em Cavalcante, na Zona Norte do Rio.

Segundos os pais, a menina teria pegado o celular quando eles estavam dormindo para jogar.

Ela acabou pegando no sono e passou a noite em cima do aparelho. Ao acordar, estava com uma marca nas costas que começou a doer horas depois.

Ainda segundos os pais, o telefone não estava conectado na tomada.

Nas imagens enviadas pela família é possível ver a marca da queimadura. A mãe deixou um alerta para os outros pais.

"O celular queimou as costas da minha filha. Olha essa marca. A minha filha não tá conseguindo andar direito. Quero avisar aos pais que tomem muito cuidado", disse a mãe.

O fabricante do aparelho disse, por meio de nota, que segue padrões rigorosos de segurança e assim que tiver acesso ao produto vai fazer uma análise no celular para saber o que causou a queimadura na criança.

Por Bom Dia Rio

Hospital é condenado a indenizar em R$ 200 mil família de homem que morreu 1 hora após alta

Rodrigo tinha 41 anos quando foi internado — Foto: Arquivo 
Pessoal

11 de SETEMBRO 2020 - Um hospital particular de Santos, no litoral de São Paulo, foi condenado a indenizar uma família por erro médico, que causou a morte de um homem de 41 anos, uma hora após a alta. A indenização foi determinada pela Justiça nesta semana, após a perícia constatar que Rodrigo Nicolau Souza Ribeiro dos Santos estava recebendo metade da dose diária de medicamento recomendada.

Em entrevista ao G1, o advogado da família, Célio Ramos Farias, disse que a internação aconteceu no fim de janeiro de 2019. O paciente deu entrada no dia 29, por conta de um infarto, e ficou até o dia 5 de fevereiro, quando teve alta. "Uma hora e meia depois da alta, ele veio a óbito", explica o defensor.

Após a morte inesperada, o advogado relata que a família solicitou o prontuário médico ao hospital, e na perícia, foi constatado que os medicamentos aplicados no paciente foram em dosagem inferior ao necessário. Como Rodrigo era responsável pelo sustento da família e tinha um filho de apenas 6 meses na época, foi decidido que, além de uma indenização, eles deveriam receber uma pensão mensal.

O hospital deverá pagar uma pensão no valor de um salário mínimo à esposa, até a data em que o marido completaria 65 anos, e ao filho, até seus 24 anos, além do valor da indenização por danos morais, fixado em R$ 100 mil para cada um deles.

Na decisão, o juiz Frederico dos Santos Messias alega que “o perito foi categórico ao concluir que o óbito do paciente guarda estreita relação de causalidade com a má administração do medicamento”. Sobre a situação da viúva e do filho, ainda disse que "o falecido era o provedor da família, o que certamente aumenta o sentimento de insegurança com relação ao futuro e à manutenção da família".

Segundo o Tribunal de Justiça, cabe recurso à decisão. O G1 solicitou um posicionamento ao Hospital São Lucas, mas a instituição não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. Por telefone, a diretoria do hospital alegou que enviará uma nota assim que obtiver mais informações sobre o caso.

Homem ficou internado e morreu após ter alta — Foto: 
Arquivo Pessoal

Por G1 Santos

Polícia procura pastor suspeito de invadir e furtar R$ 50 mil de igreja católica em SP; veja vídeo


Escritório revirado por assaltante na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo 
— Foto: Arquivo pessoal

11 de SETEMBRO 2020 - A Polícia Civil procura um homem, identificado pela família como pastor evangélico, que invadiu e furtou R$ 50 mil da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. O crime aconteceu na noite desta segunda-feira (7) e foi registrado pelas câmeras de segurança da igreja. O suspeito segue foragido.

Segundo o padre Marcos Miranda, o pastor foi identificado pela comunidade e por familiares, que viram as imagens gravadas do assalto. O nome dele não foi divulgado para preservar os filhos e a família dele.

"Veio mãe, veio a família toda e o identificou. Me informaram que ele é pastor em uma igreja evangélica e oscila entre a vida de Deus e o vício de drogas", contou.

De acordo com a família, depois do episódio, o pastor não voltou mais para casa. Equipes de investigadores e peritos estiveram na igreja para começar a apuração do caso nesta quarta-feira (9).

"O dinheiro levado estava guardado para pagar funcionários da igreja e o serviço de uma obra no telhado da paróquia", disse o padre ao G1.

O assaltante entrou na igreja após arrombar as janelas do escritório durante o feriado de 7 de setembro, quando não havia expediente na paróquia.

"Ele arrombou oito urnas de doação dos fiéis e um velário. O dinheiro ele achou no escritório e é o que conseguimos contabilizar. As urnas ainda não tinha sido abertas e não sabemos o quanto ele levou, mas a média semanal é de R$ 1,5 mil", disse o padre Marcos.



Urna de doação arrombada por assaltante na Paróquia Santa 
Terezinha do Menino Jesus, em Santo Amaro, na Zona Sul de 
São Paulo — Foto: Arquivo pessoal

Por conta do furto, o padre teve de renegociar o pagamento da obra do telhado e ainda não conseguiu pagar o salário dos funcionários da igreja. "Infelizmente não conseguimos pagar os funcionários. O pagamento da obra seria feito à vista nesta terça-feira [8], mas conseguimos dividir os pagamento após o furto", afirmou.

O padre diz que espera que a polícia consiga localizar o pastor. "A única coisa que espero é que a Justiça seja feita e ele pague pelo crime que cometeu. O dinheiro eu já acho difícil que a gente consiga recuperar. A comunidade no entorno da igreja é bastante carente, periférica e precisa de um espaço de acolhimento, como oferecemos na igreja."



Janela arrombada por onde assaltante entrou na Paróquia 
Santa Terezinha do Menino Jesus, em Santo Amaro, na Zona 
Sul de São Paulo — Foto: Arquivo pessoal

Por Glauco Araújo, G1 SP — São Paulo

Pais não poderão responsabilizar escolas ou poder público por contaminação por Covid-19 após volta às aulas presenciais em Natal, diz decreto


Prefeitura de Natal autorizou retorno imediato das aulas presenciais na 
rede privada — Foto: SVM

10 de SETEMBRO 2020 - A Prefeitura de Natal publicou nesta quinta-feira (10) o decreto que autoriza o retorno imediato das aulas presenciais nas escolas privadas da capital. O documento traz as regras e protocolos sanitários que devem ser cumpridos por escolas, pais e alunos. Dentre elas está a assinatura de um "termo de autorização para aulas presenciais" que estabelece que a instituição de ensino ou o Poder Público não poderão ser responsabilizados "por eventual contaminação ou desenvolvimento da Covid-19" nos estudantes.


Pais terão que assinar termo de responsabilidade para que os 
filhos retornem às aulas presenciais — Foto: Reprodução

O termo deverá ser assinado pelos pais ou responsáveis por cada aluno que voltar às aulas presenciais. No documento os responsáveis se comprometem ainda a manter o isolamento de todos os que convivem no mesmo núcleo familiar caso haja contaminação de algum membro da família. Nestes casos, a escola deve ser comunicada imediatamente.

 Confira a íntegra do decreto

O decreto não cita a volta das aulas presenciais na rede pública municipal. Na última terça (8) a governadora Fátima Bezerra anunciou que na rede pública estadual as aulas presenciais só serão retomadas em 2021.

As aulas presenciais estão suspensas em todo o Rio Grande do Norte desde 18 de março por causa da pandemia do coronavírus.

Regras e protocolos

O decreto estabelece que as instituições de ensino devem ofertar o ensino presencial, mas também manter as aulas online para aqueles que optarem por não mandar os filhos. O uso de máscara e a disponibilização de álcool são obrigatórios.

Estudantes e funcionários com suspeita ou confirmação de Covid-19 devem ser afastados imediatamente do ambiente escolar.

A escola deve adotar medidas para aumentar o distanciamento e diminuir o contato pessoal entre alunos e colaboradores, orientando para que se evitem abraços, beijos, apertos de mão e conversações desnecessárias. Deve ser mantida distância mínima de um metro entre os alunos e colaboradores.

A limpeza e desinfecção dos locais de aula e áreas comuns deve ser feita diariamente no intervalo entre turnos. O decreto estabelece que as instituições de ensino devem aumentar a frequência dos procedimentos de limpeza e desinfecção de "cantinas e banheiros, além de pontos de grande contato como mouses e teclados, corrimãos, maçanetas, mesas, cadeiras, etc".

A orientação é para que as escolas privilegiem a ventilação natural e, quando não for possível, adote medidas para aumentar ao máximo o número de trocas de ar dos recintos, trazendo ar limpo do exterior.

Colaboradores do grupo de risco

O decreto prevê que os colaboradores com 60 anos ou mais ou que pertencem ao grupo de risco da Covid-19 devem permanecer, preferencialmente, em trabalho remoto ou, ainda, em atividade ou local que reduza o contato pessoal com outras pessoas.

Por G1 RN

Tiro que atingiu motorista de van na Zona Norte do Rio desviou em botão da bermuda


Tiro que atingiu motorista de van no Rio acertou botão da 
bermuda — Foto: Reprodução/ TV Globo

09 de SETEMBRO 2020 - A bala que acertou o motorista de van Juadson Luz Almeida, de 32 anos, bateu no botão da bermuda e depois na virilha. Após ser atingido, depois de uma confusão dentro do veículo no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, ele foi atendido no Hospital Getúlio Vargas e liberado no fim da noite de terça-feira (8).

Juadson foi baleado após uma discussão com uma passageira, a soldado da PM Gabriela Dias da Cruz, lotada na UPP Fazendinha. Segundo o motorista, ela teria pedido para desembarcar fora do ponto e eles discutiram.

Juadson conta que desembarcou e foi atingido.

“Ela pediu para saltar fora do ponto, não especificou em qual ponto ela ia saltar. Eu não posso sair parando em qualquer lugar, da forma que ela quiser. Têm locais próprios para poder parar. Eu desembarquei do carro com ela me xingando, dizendo que eu meti a mão na arma e a ameacei. E ela atirou. O médico disse que o que me salvou, primeiramente, foi Deus, mas a bala bateu aqui e desviou”, disse Juadson.

Testemunhas afirmam que, quando ela desceu da van, já estava xingando o motorista e o chamando para um conflito.

"Ela estava completamente descontrolada. Ela começou a insultar, a xingar, começou uma discussão. Ela não parava de xingar e nisso, quando estava perto do trajeto, na hora dela descer, ela o chamou: 'desce aí, desce para você ver'. Chamando ele para a mão", disse uma pessoa que não quis ser identificada.

A defesa de Juadson afirma que ele vai prestar queixa na Corregedoria da Polícia Militar contra a soldado.

Assim que saiu do hospital, o motorista foi levado para a 21ª DP (Bonsucesso). A família disse que ele estava sangrando e com dor. A irmã do motorista questionou a conduta da Polícia Civil.

"Eles pediram para o meu irmão levantar e ir até uma cadeira. Eu tentei ajudar. Ele deixou e depois disse: 'Quer saber? Volta para lá. Você está sujando a delegacia toda'. E quando ele chegou perto do meu irmão falou: 'Cuidado para ele não tomar a minha arma também'. E nisso eu via a menina que fez o disparo sendo super bem atendida lá dentro", disse a familiar.



Motorista de van é baleado por PM na Zona Norte do Rio — 
Foto: Reprodução redes sociais

O outro lado

Segundo informações da Polícia Militar, a policial fez o disparo como forma de defesa depois de um atrito verbal entre ela e o motorista da van. A PM informou ainda que abriu um procedimento para apurar os fatos.

A Polícia Civil também foi procurada, mas não respondeu até a publicação da reportagem.

Por Luana Alves, Bom Dia Rio

Vacina chinesa que está em teste no Butantan é segura para idosos, mas gera menor resposta imunológica no grupo, diz empresa


Vacina chinesa CoronaVac, em fase de testes no Hospital de 
Clínicas da Unicamp — Foto: Marília Rastelli/EPTV

08 de SETEMBRO 2020 - A empresa chinesa Sinovac Biotech informou nesta segunda-feira (7) que a vacina que desenvolve contra a Covid-19, em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, se mostrou segura para pessoas mais velhas. Contudo, as respostas imunológicas desencadeadas pela vacina foram ligeiramente mais fracas nesse grupo do que em adultos mais jovens.

Segundo Liu Peicheng, representante da empresa, afirmou à agência Reuters, a vacina CoronaVac não causou efeitos colaterais graves em testes clínicos combinados de Fase 1 e Fase 2 iniciados em maio com 421 participantes com 60 anos ou mais.

"Dos três grupos de participantes que tomaram respectivamente duas injeções de baixa, média e alta dose de CoronaVac, mais de 90% tiveram uma alta significativa nos níveis de anticorpos, mas os níveis foram ligeiramente mais baixos do que os observados em indivíduos mais jovens, ainda que em linha com as expectativas", disse Lu.

Os resultados são preliminares e foram obtidos após testes de nível inicial a intermediário. Os resultados completos não foram publicados e não foram apresentados à Reuters, de acordo com a agência.

Quatro das oito vacinas do mundo que estão na terceira fase de testes são da China.

Autoridades de saúde pelo mundo querem saber se as vacinas em pesquisa podem proteger com segurança os idosos, cujo sistema imunológico geralmente reage de forma menos potente aos imunizantes contra o coronavírus, que já causou quase 900 mil mortes no mundo.

CoronaVac

A CoronaVac, que está sendo testada no Brasil e na Indonésia no estágio 3 (final) para avaliar se é eficaz e segura o suficiente para obter autorização para uso em massa, já foi dada a milhares de pessoas, incluindo cerca de 90% dos funcionários da Sinovac e suas famílias, como parte do esquema de vacinação de emergência da China para proteger as pessoas que enfrentam alto risco de infecção.

A candidata chinesa pode permanecer estável por até três anos no armazenamento, segundo Liu, o que pode oferecer à Sinovac alguma vantagem na distribuição do produto para regiões onde o armazenamento em ambiente refrigerado não é uma opção.

Etapas para a produção de uma vacina

Para se produzir uma vacina, leva tempo. A mais rápida desenvolvida até o momento foi a vacina contra a caxumba, que precisou de cerca de quatro anos até ser licenciada e distribuída para a população.

Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e eficácia é que começam os testes em humanos, a chamada fase clínica – que são três:

Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.

Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.

Por G1

O que explica a surpreendente existência de ferrugem na Lua


Avião passa à frente da lua cheia nesta sexta-feira (4) no Rio — 
Foto: Marcos Serra Lima/G1

08 de SETEMBRO 2020 - Uma parte da Lua está enferrujando, embora o satélite não tenha oxigênio.

Pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory (JPL, sigla em inglês de Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa e de universidades americanas encontraram hematita, uma forma de óxido de ferro, nas regiões polares da lua.

Este óxido requer a presença de água líquida e oxigênio para se formar.

O óxido na superfície de Marte é o que lhe dá sua cor avermelhada e sugere que o planeta já teve água e oxigênio.

A Lua não tem atmosfera, ou seja, não tem oxigênio, e prevalece o ferro metálico puro, por isso o achado do óxido é surpreendente.

Mas os cientistas acreditam ter encontrado o culpado pela oxidação do nosso satélite: o oxigênio da Terra.

Como isso aconteceu?

Amostras lunares trazidas à Terra pelas missões Apollo da Nasa não mostraram sinais da presença de ferro oxidado.

Mas os pesquisadores analisaram dados do Mapeador de Mineralogia Lunar (M3) projetado pelo JPL e instalado na sonda Chandrayaan-1, da primeira missão lunar da Índia, lançada em 2008.

A Chandrayaan-1 descobriu água congelada na Lua usando radares e detectou uma variedade de minerais na superfície do satélite.

"Quando examinei os dados do M3 nas regiões polares, encontrei algumas características e padrões espectrais diferentes do que vemos em latitudes mais baixas ou nas amostras da Apollo", disse Shuai Li, pesquisador assistente do Instituto de Geofísica e Planetologia (HIGP, por sua sigla em inglês) do Havaí na Escola de Ciência e Tecnologia Oceânica e Terrestre (Soest, sigla em inglês) da Universidade de Manoa.

"Depois de meses de pesquisa, descobri que estava olhando para a assinatura da hematita", acrescentou Li, também autor principal do estudo, à agência de notícias PA.

A princípio, Abigail Fraeman, coautora do estudo, não acreditava nessa possibilidade.

"(As hematitas) não deveriam existir, considerando as condições presentes na Lua", disse Fraeman, de acordo com um comunicado do JPL.

Oxigênio da Terra

Mas o grupo de cientistas apresentou algumas explicações para o fenômeno.

A análise dos dados do M3 mostrou que as hematitas estavam mais presentes "no lado próximo à Terra do que no lado oposto", diz o estudo publicado na revista Science Advances no início de setembro.

"Mais hematitas no lado lunar mais próximo sugere que a oxidação pode estar relacionada à Terra", disse o professor Li à PA.

"Isso me lembrou da descoberta da missão lunar japonesa Kaguya (lançada em 2007) de que o oxigênio da atmosfera da Terra pode ser transportado para a superfície lunar pelo vento solar quando a Lua está na cauda magnética da Terra", afirmou Li.

Portanto, a hipótese de Li e sua equipe é de que as hematitas lunares se formaram graças a esse oxigênio que viajou continuamente da Terra à Lua nos últimos bilhões de anos.

"O oxigênio atmosférico da Terra pode ser o principal oxidante na produção de hematitas (na Lua)", disse Li à PA.

Também é possível que a Lua tenha recebido mais oxigênio quando estava mais perto da Terra, uma vez que os dois corpos estão se afastando um do outro há bilhões de anos.

Papel da água

Os cientistas também encontraram hematita no lado oposto da Lua, uma área que não recebe necessariamente oxigênio da Terra, diz a PA.

Esta presença de hematita pode ser explicada por "moléculas de água encontradas na superfície lunar", diz a declaração do JPL.

O professor Li explica que "as partículas de poeira interplanetária que tendem a chegar à Lua podem liberar essas moléculas de água na superfície e misturá-las com o ferro lunar".

"O calor desses impactos pode aumentar a taxa de oxidação", diz Li.

Vivian Sun, pesquisadora do JPL e coautora do estudo, acredita que "esses resultados indicam que processos químicos mais complexos ocorrem em nosso sistema solar mais do que eram reconhecidos anteriormente".


Por BBC - G1

Pastor diz que 'praga não entra na igreja' em SP e fiéis ignoram Covid


Imagens de culto foram divulgadas pelos próprios pastores em 
Praia Grande, SP — Foto: Reprodução/Facebook

05 de SETEMBRO 2020 - Imagens de um culto evangélico realizado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foram divulgadas nas redes sociais e causaram revolta em moradores da cidade. Os fieis aparecem sem máscara, se abraçando e de mãos dadas em alguns dos registros. Ao G1, o pastor responsável pelo local afirma que isso aconteceu em um momento específico da oração, e que toma todos os cuidados necessários à prevenção da Covid-19.

O culto foi realizado na última quinta-feira (3) em uma casa de oração localizada no bairro Jardim Anhanguera. Após o encontro religioso, pastores postaram vídeos e fotos nas redes sociais, que alcançaram moradores da cidade, mesmo aqueles que não frequentam o espaço.

Segundo o responsável pelo local, o pastor Salvador, o espaço religioso está respeitando as regras estabelecidas pelo município. De acordo com ele, são apenas em momentos específicos do culto que as pessoas tiram as máscaras e têm contato físico.

"Aqui é um lugar de cura e milagre, então, na hora que as pessoas são arrebatadas, tiramos a proteção respiratória, para que não venham a se sufocar. Eu gosto de fazer as coisas dentro da lei, inclusive, aqui já teve acompanhamento da prefeitura e estou tomando todas as precauções", diz.

Um decreto estadual obriga, desde 1º de julho, o uso de máscaras em São Paulo, sob pena de multa de R$ 500. Na cidade de Praia Grande, igrejas e templos podem funcionar, contanto que frequentadores, funcionários e dirigentes usem, obrigatoriamente, máscaras, e que a lotação máxima do local não ultrapasse 30% da capacidade do espaço. Locais com mais de 100 metros quadrados precisam medir a temperatura corporal dos frequentadores, sendo proibida a entrada de quem estiver com mais de 37ºC.

Pessoas do grupo de risco, como idosos, gestantes ou munícipes com doenças respiratórias, ou que apresentarem febre, tosse e dificuldade para respirar, não poderão ir às reuniões. Os frequentadores também deverão sentar com espaço de dois assentos de distância para frente, para trás e para ambos os lados.

Além disso, é obrigatória a disponibilização de álcool em gel ou água e sabão na entrada do espaço. Segundo a prefeitura, todo o espaço, incluindo as cadeiras, bancos, microfones, púlpitos e móveis em geral precisam ser higienizados antes e depois do uso. A fiscalização vai monitorar os espaços para garantir que as regras sejam seguidas.



Após postagem, moradores denunciaram que distanciamento e 
uso de máscaras não são respeitados em culto — Foto: 
Reprodução/Facebook

Segundo o pastor, no local, há álcool em gel disponibilizado aos fieis e também máscaras, em caso de necessidade. Ele também relata que o espaço é diariamente higienizado. "Vereadores já foram curados de câncer de próstata aqui. Aqui é basicamente um hospital do povo. Cuido de pessoas com lepra, câncer, de vários tipos de situação. Só que tem pessoas que não fazem a obra de Deus, e não querem que os outros façam", afirma.

Segundo o pastor, nenhum dos fieis da casa de oração já foi contaminado pela Covid-19, e ele os orienta sobre os cuidados fora da igreja para evitar o contágio pela doença.

"A Bíblia nos diz que, para aquele que está ligado e fundado em espírito pelo amor da obra de Deus, praga nenhuma chegará à sua tenda. Então, quando verdadeiramente fazemos a obra de Deus, com amor, não tem praga nenhuma que chegue à nossa casa. Já abracei uma menina que tinha lepra, ela e a família, e ela está curada. E eu não peguei praga nenhuma", diz.

O G1 questionou a Prefeitura de Praia Grande sobre o ocorrido, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.


Em imagens, fieis aparecem muito próximos uns dos outros — 
Foto: Reprodução/Facebook

PRAIA GRANDE


Por G1 Santos

Sem contrato, viaturas e ambulâncias têm abastecimento limitado no RN

Viaturas abasteceram no posto do Centro Administrativo nesta quarta — Foto: Geraldo Jerônimo/Inter TV Cabugi
Viaturas abasteceram no posto do Centro Administrativo nesta 
quarta — Foto: Geraldo Jerônimo/Inter TV Cabugi

03 de SETEMBRO 2020 - As viaturas e ambulâncias do Rio Grande do Norte estão com abastecimento limitado por conta do fim do contrato com a fornecedora BR Distribuidora de Combustíveis. De acordo com a Secretaria do Estado de Administração (Sead), o contrato encerrou no último dia 31 de agosto após um ano de vigência.

Segundo a pasta, atualmente o posto localizado em frente ao Centro Administrativo, em Natal, atende com o último estoque de combustível, que foi recebido na terça-feira (1). O pedido do estoque foi feito no dia anterior, último dia de vigência do contrato.

Atualização: No fim da tarde desta quarta-feira (2), a Sead informou que assinou um contrato emergencial com a BR Distribuidora e que assim "todos os postos de combustíveis credenciados voltam a funcionar normalmente para abastecimento da frota do Estado".

A reportagem da Inter TV Cabugi esteve no posto nesta quarta e o abastecimento estava sendo limitado entre 20 e 40 litros a depender do tipo de veículo. Alguns carros saíram do interior do estado para fazer o abastecimento na capital.

A Secretaria de Administração explicou, no entanto, que os veículos destinados ao enfrentamento da Covid-19 na Região Metropolitana de Natal estão sendo abastecidos por "outro sistema, em outro posto" de Natal desde 1 de agosto, "mediante contrato de doação celebrado entre a Petrobrás e o Governo do Estado ainda em julho".

Viatura abastecendo nesta quarta-feira — Foto: Geraldo 
Jerônimo/Inter TV Cabugi

A Sead reforçou que os veículos da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) que atendem em outras regiões do RN "estão sendo abastecidos mediante ações do próprio órgão, junto aos postos fornecedores, de forma a evitar qualquer tipo de interrupção no fluxo de abastecimento".

O mesmo tipo de acordo tem garantido combustível para veículos dos órgãos de segurança pública, que englobam as polícias Militar, Civil e o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), além de outras pastas, segundo explicou a Sead.

De acordo com a secretaria, um novo processo licitatório foi iniciado ainda em 2019, mas, "por se tratar de uma atividade complexa, a Procuradoria Geral do Estado determinou algumas diligências no sentido de ampliar a possibilidade de um maior número de empresas participarem do certame licitatório". Em 17 de agosto, a licitação deu "deserta" com apenas uma empresa participante e, que segundo a Sead, "não atendeu a todos os requisitos da licitação".

NATAL  RIO GRANDE DO NORTE

Por G1 RN

Um universo de perseverança: Estudante potiguar inicia campanha para adquirir telescópio


Arthur Felipe mora em Martins. Foto: Arquivo Pessoal

31 de AGOSTO 2020 - As realidades são diferentes e complexas, passando por uma infinidade de existências – talvez ainda pouco exploradas. Apaixonado pelo desconhecido, Arthur Felipe vive em busca de novas descobertas. O potiguar de apenas 17 anos já construiu sozinho um telescópio para observar corpos celestes e fenômenos originados fora da atmosfera da terra. “Em 2018, em uma feira de ciências da minha escola, consegui montar um telescópio de material reciclado. Usei cano de PVC, copos plásticos e lente de lupa”, contou em entrevista ao Agora RN. 

Arthur revelou que é aficionado por constelações e, especialmente, pela lua. “Tem até nome para isso: selenofilia, que indica fascinação extrema pelo astro. Sou movido pela curiosidade acerca do assunto desde os 10 anos, mas não sou interessado somente pelo cosmo. Me considero um jovem entusiasta da ciência, principalmente da área de exatas”, afirmou.

Ele nasceu em Natal, mas mora em Martins há um bom tempo. Atualmente, cursa o terceiro ano do ensino médio em uma escola pública. “Dei aulas sobre química e física no colégio, criei um projeto virtual para compartilhar informações com 80 alunos do Rio Grande do Sul. Em dezembro do ano passado, participei do lançamento de foguetes feitos de garrafas PET no campus da Ufersa em Caraúbas”.


Arthur construiu telescópio de material reciclado. Foto: 
Arquivo Pessoal

Arthur é tão dedicado que tem livros até em cima da cama. Em 2017, atingiu a pontuação máxima da prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). “Depois de me esforçar bastante, consegui gabaritar o exame. É muito importante porque a NASA já notou pessoas que se saíram bem na OBA e esse é um dos meus grandes sonhos”, relatou.

Além do telescópio reciclado, o estudante tem outro equipamento que está obsoleto. Com o desejo de continuar as pesquisas na área da astronomia, o potiguar pretende adquirir um telescópio mais potente e moderno. Só que o custo é muito alto: em torno de R$ 6.500. Foi por isso que, há uma semana, ele aprendeu a fazer empadas para vender por encomendas e juntar dinheiro.

“Minha mãe me ensinou a fazer a massa e os recheios e, desde então, passo as madrugadas cozinhando. Alguns amigos colaboram fazendo pedidos. O resto, vendo no centro da cidade. Claro, utilizando máscara e álcool em gel”, disse. Arthur também criou um financiamento coletivo no site Vakinha para ajudar a atingir o valor do telescópio.

Futuro

Caso consiga arrecadar mais recursos, o jovem planeja comprar também uma câmera profissional para tirar fotos da lua e um computador para processar as imagens. “Quero ser astrofotógrafo, aliás, tirei a primeira foto planetária da minha cidade”. Através do investimento na ciência e na educação, o estudante acredita que um futuro melhor é possível, tanto para ele quanto para o resto do mundo. “Não podemos viver na escuridão. Precisamos focar na pesquisa básica porque a educação pode ajudar a desenvolver o nosso país”.

Em breve, Arthur deve criar um clube científico e um observatório em Martins. “Um professor me convidou para participar do programa e, agora, estamos no processo de planejamento. A intenção é reunir garotos como eu, que se interessam pelos estudos, mas que às vezes não são levados a sério. Faltam oportunidades, mas com perseverança e boas ideias, teremos grandes projetos”, assegurou.

Arthur aprendeu a fazer empadas para vender. 
Foto: Arquivo Pessoal

Nathallya Macedo - AGORARN

Bebê foi tirado do útero de grávida assassinada com estilete em SC.


Galpão de cerâmica onde o corpo foi encontrado em Canelinha 
— Foto: Mayara Vieira/ NSC TV

29 de AGOSTO 2020 - Os amigos e familiares da jovem de 24 anos assassinada em Canelinha, na Grande Florianópolis, ainda tentam entender a morte dela, que chocou a cidade de 12 mil habitantes. O corpo foi encontrado em um forno de uma cerâmica desativada na cidade. A suspeita é que uma conhecida tenha feito uma emboscada para cometer o assassinato e ficar com o bebê, já que a vítima estava grávida. Segundo a Polícia Civil, a jovem foi morta à tijolada e teve a barriga cortada por estilete. O velório ocorre neste sábado (29) no Centro da cidade, onde também deve ser sepultada.

O nome da grávida morta não foi divulgado pelo G1 SC pois há risco que se chegue assim à identidade da recém-nascida, que tem o direito à preservação da identidade garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

'Não estou conseguindo acreditar ainda, ninguém consegue acreditar que isso tudo aconteceu", disse Josiane da Silva, amiga da vítima. Ela foi uma das duas amigas escolhidas pela jovem e o companheiro para serem as madrinhas de primeira filha do casal.

O parto estava previsto para setembro e a jovem estava muito feliz e ansiosa com a gestação. Pedagoga, ela tinha carinho especial por crianças, segundo as amigas ouvidas pelo G1.

"A [nome da vítima] sempre gostou de crianças e adorava ser professora", disse Jeisiane Benevenute Pacheco, que conhece a jovem desde a infância e também foi escolhida para madrinha da bebê.

"Ela era ótima professora. A gente pegou afinidade quando trabalhamos na mesma creche, surgiu uma amizade enorme. Ela era uma pessoa que não via maldade", contou a amiga Josiane.


Na quinta-feira (27), a vítima desapareceu de tarde. Preocupados e sem conseguir contato com a jovem, os amigos fizeram postagens em busca dela. Na sexta-feira (28), uma mulher que conhecia a vítima foi presa suspeita de matar a gestante. O companheiro da suspeita também foi preso.

"Estávamos desesperados e decidimos procurar. Eu estava junto quando achamos ela. A gente sempre tem esperança de encontrar viva, mas no fundo sabia que algo ruim tinha acontecido", contou Josiane.

Amigos e familiares saíram às ruas em busca da jovem e contaram com apoio e orações de outros moradores, até que na manhã de sexta encontraram o corpo.

O bebê não estava com a vítima. A mulher suspeita de matá-la foi ao hospital ainda na noite de quinta-feira com o bebê dizendo que a filha era dela. Ferida, a recém-nascida foi levada para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, na capital.

Segundo Jeisiane, a vítima e a suspeita não eram amigas, mas tinham se aproximado nas últimas semanas porque a mulher presa também estaria grávida. Em depoimento, a suspeita confessou o crime à polícia e disse que tinha perdido o seu bebê. A intenção dela era ficar com a filha da vítima.

Amizade de anos

Em julho, a jovem, Josiane e Jeisiane se reuniram e foi nessa ocasião que as amigas foram convidadas para serem madrinhas. Jeisiane conhece a vítima desde criança e Josiane, há cerca de 10 anos. Nos últimos anos, os laços foram estreitados.

Além da gestação da amiga, Jeisiane e Josiane compartilharam também outros momentos importantes na vida da vítima, como o casamento em outubro de 2019. Foi Jeisiane quem pegou o buquê no casamento da amiga.

"Ela tinha esse lado de amar vender, era muito simpática, espontânea, me fazia rir. Ela era parceira, caprichosa, fazia lindos laços, aprendi muito com ela", lembrou Jeisiane, sobre o dia a dia com a amiga em sua loja antes da pandemia.

Este ano, como não tinha conseguiu vaga como professora, a vítima estava trabalhando com Jeisiane em uma loja que vende bordados, uniformes e acessórios em Canelinha. Por conta da pandemia e por ser gestante e estar com diabetes, ela estava afastada do trabalho presencial.

"Eu e a Josi fomos as primeiras a saber da gravidez. Ela tava na loja comigo e pediu pra fazer um body bordado para anunciar que era menina", lembrou a amiga Jeisiane. Até esta sexta-feira, a filha recém-nascida da vítima seguia internada.

"Quero guardar apenas lembranças boas dela e ajudar na educação da menina com meu marido, os outros dindos e a família dela", afirma Jeisiane.

Por Valéria Martins, G1 SC

Pais são suspeitos de matar e enterrar bebê, em Novo Gama

Polícia faz buscas por corpo de bebê que teria sido enterrado 
em terreno baldio — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

28 de AGOSTO 2020 - Um casal de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, é suspeito de matar e enterrar o filho, um bebê de cinco meses. Segundo o delegado Danilo Martins, responsável pela investigação, uma adolescente de 16 anos e um homem de 21 disseram que o bebê morreu enquanto dormia e que o enterraram por conta própria por medo de serem acusados da morte dele.

“Eles alegam morte natural. Dizem que ficaram com medo e enterraram o filho escondido”, disse.

(CORREÇÃO: O G1 errou ao informar, no título, que os pais foram presos. Na verdade, eles são investigados em liberdade. A informação foi corrigida às 8h33 de 28 de agosto de 2020).

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o G1 não conseguiu identificar se eles apresentaram defesa.

À polícia, o casal disse que enterrou o filho em um terreno baldio na cidade satélite Santa Maria, no Distrito Federal.

Segundo as investigações, o caso aconteceu em março deste ano, mas só chegou ao conhecimento da polícia na última quarta-feira (26), após uma denúncia anônima. Desde então, policiais civis e bombeiros realizam buscas na região indicada na tentativa de localizar o corpo.

De acordo com o delegado, até o momento, o casal é suspeito de ocultação de cadáver, enquanto é apurado se houve um homicídio ou se o bebê realmente morreu de causas naturais, como alegam os suspeitos.

“Eles são investigados. A investigação ainda está em andamento”, comentou Martins.

O corpo do bebê não tinha sido localizado até as 8h desta sexta-feira (28). O casal também seguia em liberdade.

Por Lis Lopes e Marcos Moreira, G1 GO e TV Anhanguera

Padre Robson movimentou sozinho R$ 1,9 bilhão usando duas filiais da Afipe, diz MP


Padre Robson nega as irregularidades — Foto: Fantástico

28 de AGOSTO 2020 -  O padre Robson de Oliveira, investigado por desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade, movimentou R$ 1,9 bilhão em nove anos usando empresas com nomes semelhantes à da entidade, nas quais ele era o único responsável. O Ministério Público apura se o dinheiro doado por fiéis foi desviado para compra de imóveis. O padre sempre negou qualquer irregularidade.

De acordo com as investigações do Ministério Público, a Afipe original, fundada em 2004 por Robson e que tem uma diretoria, recebeu, entre 2010 e 2018, R$ 74,8 milhões. Uma segunda associação, criada em 2009 pelo padre, recebeu R$ 255,4 milhões em nove anos. Já uma terceira entidade, também fundada pelo sacerdote, arrecadou R$ 1,7 bilhão no mesmo período.

 Conheça a trajetória do padre Robson e entenda a investigação do MP

Segundo o Ministério Público, o padre "criou várias associações com nome de fantasia Afipe ou similar, com a mesma finalidade, endereço e nome, e que, por meio de alterações estatutárias, gradativamente, assumiu o poder absoluto sobre todo o patrimônio das Afipes".

Além disso, os promotores apontaram que o padre se valeu da condição de presidente das associações para se apropriar de “valores arrecadados pelas entidades, desafiando e ignorando a finalidade da criação dessas pessoas jurídicas, e mais, utilizou-se dos imóveis da associação em proveito próprio e de terceiros”.

De acordo com as investigações, a Afipe usou o dinheiro para comprar diversos imóveis, como fazendas, uma delas avaliada em R$ 90 milhões, e uma casa de praia na Bahia, e até um avião. Ao todo, foram 1,2 mil transações imobiliárias.


Avião vendido para a Afipe — Foto: Reprodução/Fantástico


Afipe comprou casa de praia na Bahia — Foto: 
Reprodução/Fantástico

Alterações de patrimônios

Com o passar dos anos, a Afipe original teve redução no valor arrecadado, conforme o relatório dos investigadores. Em 2010, o montante foi de R$ 47,9 milhões, caindo para R$ 13,6 milhões no ano seguinte e para R$ 1,4 milhão em 2018.

Já uma das filiais criadas em 2009 pelo padre Robson recebeu, em 2010, R$ 22,8 milhões, saltando para R$ 74,8 milhões no ano seguinte. Em 2018, o montante chegou a R$ 219,1 milhões.

A última Afipe criada foi a que fez mais movimentações com valores acima de R$ 100 mil, de acordo com o relatório do MP. Houve negociações com centenas de pessoas e empresas.

O G1 entrou em contato por telefone com a defesa do padre Robson às 10h40 questionando o motivo dessas alterações financeiras nas entidades identificadas como Afipes e aguarda um retorno.

Operação Vendilhões

Deflagrada na última sexta-feira (21), a Operação Vendilhões apura desvios na ordem R$ 120 milhões em doações de fiéis por parte da Afipe, presidida até então pelo padre Robson, figura presente na cena católica e bastante famoso em Goiás.

A investigação do MP aponta que a entidade recebe e gerencia cerca de R$ 20 milhões por mês. A biografia da entidade relata que as doações recebidas são voltadas para a evangelização por meio da TV e para obras sociais.

Ao longo dos últimos dez anos, o MP apurou que foram movimentados R$ 2 bilhões, sendo a maioria fruto de ofertas dos fiéis para a construção da nova Basílica da cidade, iniciada em 2012 e que ainda não foi concluída.


Casa de luxo ligada a padre Robson, onde MP cumpriu 
mandados de busca e apreensão — Foto: Reprodução/TV 
Anhanguera

A obra foi orçada em mais de R$ 100 milhões naquele ano, mas o próprio padre admite que o valor final estimado chegou em R$ 1,4 bilhão. Um item que encareceu parte da obra foi a compra do maior sino suspenso do mundo, construído na Polônia especialmente para ser instalado na nova Basílica.

De acordo com o promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, a operação começou no início do ano passado, decorrente de outra investigação vinculada ao padre Robson, na qual ele foi vítima de extorsão. Um hacker chegou a ser condenado por extorqui-lo em R$ 2,9 milhões, valores pagos com dinheiro da Afipe.

Chantagem por supostos casos amorosos

A investigação sobre o desvio de doações começou após padre Robson sofrer ao menos cinco episódios de extorsão de dinheiro, em 2017, segundo depoimentos colhidos pela Justiça junto ao Ministério Público de Goiás e à Polícia Civil. Ao todo, o padre pagou R$ 2,9 milhões com dinheiro da Afipe em troca do arquivamento das mídias.

A defesa do sacerdote disse ao G1, por meio de nota, que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás decidiu pelo sigilo do processo mencionado e que "respeita a decisão incondicionalmente". O padre também disse que "confia no Judiciário goiano e é o maior interessado em que a verdade prevaleça".

A defesa ressalta quanto a isso, por fim, que além do segredo de Justiça que envolve o processo, que "o conteúdo de todas as mensagens é falso, conforme sentença do TJ-GO que puniu os responsáveis. Os criminosos foram punidos e presos. Não há autenticidade nem veracidade em nenhuma declaração proveniente deles". Em 2019, cinco pessoas foram condenadas por extorsão contra o padre, com penas que variam de 9 a 16 anos.

Hacker extorquiu dinheiro de padre Robson

Do montante de R$ 2,9 milhões, o MP afirma que a Afipe ficou no prejuízo em R$ 1,2 milhão, quase a metade da quantia. Porém, segundo a defesa do padre, o valor usado nos pagamentos foi recuperado e está depositado em conta judicial, aguardando liberação para retornar às contas da associação.


Nova Basílica de Trindade ainda está em fase inicial de 
construção — Foto: Reprodução/Fantástico

Um dos relacionamentos amorosos apontados pelo juiz Ricardo Prata na decisão seria com o próprio hacker que invadiu os celulares e e-mails do padre. O magistrado narra no documento que a informação foi realçada por testemunhas à época do processo de julgamento.

A decisão do magistrado traz um segundo romance usado no esquema de chantagem. Em depoimentos ao Ministério Público, um policial civil que estava na investigação e uma pessoa próxima ao padre disseram que os hackers encontraram uma foto dele com uma mulher, também do círculo de amizade do pároco, e uma conversa relatando situações amorosas.

Em depoimento ao Ministério Público de Goiás, padre Robson admitiu que fez repasses aos chantagistas sem o monitoramento da polícia, que acompanhava o caso. Uma funcionária da Afipe chegou a levar maços de dinheiro, que eram deixados em um carro parado num shopping de Goiânia, para pagar pelo silêncio dos hackers.

"São todas insídias muito fortes, causam intimidação e também muita confusão na cabeça. Se eu agi mal em alguma coisa, eu agi de boa-fé colocando as coisas na tentativa de se resolver", defende o padre em trecho do depoimento.


Por Vitor Santana, G1 GO