27 de JANEIRO de 2013 - De acordo com o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira, a tragédia no incêndio da boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, deixou 233 mortos na madrugada deste domingo. Desse total, 141 corpos já foram formalmente reconhecidos, segundo Vieira. De acordo com o policial, o número de mortos inclui 120 homens e 113 mulheres.
Segundo ele, o reconhecimento dos corpos é uma das prioridades da polícia do Estado neste domingo.
Outra prioridade, disse o chefe de polícia, é a investigação dos fatos. "A polícia vai apurar os fatos na sua integralidade, mas vamos evitar juízos prematuros neste momento", disse Vieira.
Ainda de madrugada, um caminhão precisou realizar quatro viagens para retirar os corpos do local e levá-los até o ginásio municipal da cidade, onde as famílias fazem a identificação. O velório das pessoas será realizado no local. Além dos mortos, 131 pessoas ficaram feridas.
Testemunhas afirmam que o fogo começou por volta das 2h30, durante o show pirotécnico da apresentação de uma banda, e só foi controlado por volta das 5h. O material de isolamento acústico do prédio - feito de espuma - incendiou e a fumaça intoxicou as vítimas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais morreram devido à inalação da fumaça. "A maior parte das pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator (para as mortes) foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante geral dos bombeiros, coronel Guido de Melo. Ainda segundo os bombeiros, a porta principal da casa noturna estava trancada e o alvará do Plano de Prevenção de Combate a Incêndio da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012.
Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e duas mil pessoas estariam no local, a maioria jovens, já que lá acontecia uma festa universitária da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). O número não foi confirmado pelas autoridades.
Cidades vizinhas a Santa Maria se mobilizaram e receberam as vítimas da tragédia em seus hospitais.
Essa já é considerada a maior tragédia do Estado e o segundo maior incêndio do País, ficando atrás apenas do incêndio no Grande Circo Brasileiro, no Rio de Janeiro, em 1961.
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