PF investiga Elias na “Operação Cactus”.
22 de MAR 2013 - A Polícia Federal deflagrou a "Operação Cactus" que investiga irregularidades no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). Entre os investigados está o ex-deputado estadual e presidente do órgão Elias Fernandes.
Sem dar informações, os policiais saíram da casa de Elias no bairro de Petrópolis por volta das 9h30 carregando um malote. Também foram vistoriados os veículos que se encontravam no imóvel um Nissan Tiida e um Corolla.
A Polícia Federal informou que não iria dar maiores detalhes porque o processo corre em segredo de justiça. Em nota limitou-se a declarar que a "Operação Cactus" tinha "o objetivo de desarticular organização criminosa especializada em desviar recursos públicos transferidos pela união a diversos municípios cearenses mediante convênios e contratos de repasses". Foram 288 policiais federais e 12 auditores da Controladoria-Geral da União
Conforme a nota, a "Operação Cactus" realizou 62 mandados judiciais de busca e apreensão expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal em Fortaleza, nos municípios cearenses de Aiuaba, Apuiarés, Barbalha, Canindé, Catarina, Fortaleza, Guaraciaba do Norte, Iguatu, Irauçuba, Itapipoca, Itapiúna, Juazeiro do Norte, Morada Nova, Mucambo, Quixeramobim, Reriutaba, Saboeiro, Tarrafas, Tejuçuoca e Ubajara.
Ainda foram cumpridos mandados nas cidades de Aparecida de Goiânia, Brasília e Natal.
Já a tarde, numa entrevista coletiva a delegada federal Cláudia Braga revelou que as investigações apuram desvios de recursos que podem chegar a R$ 48 milhões. As investigação vinha sendo realizadas há dois anos, período em que Elias Fernandes já estava no comando do DNOCS.
A Controladoria Geral da União (CGU), que também participa das investigações, contou que um ex-prefeito do município de Itatira/CE, atuando como lobista, lidera desde 2004 uma associação criminosa, cuja atuação junto a prefeituras do estado do Ceará e de outras unidades da federação visava a facilitar a obtenção de recursos federais, na forma de convênios ou contratos de repasse, inclusive mediante emendas parlamentares.
Além disso, o grupo infiltrava-se nos órgãos federais repassadores dos recursos, mediante a obtenção de apoio de servidores públicos e a participação de outros agentes, com o intuito de garantir os repasses para os projetos e prefeituras de interesse do grupo e de evitar que esses projetos passassem por acompanhamento e fiscalização, como forma de garantir a ocultação de irregularidades e fraudes.
O trabalho de investigação também concluiu que havia gerenciamento e montagem dos processos junto a prefeituras do estado do Ceará, além de simulação de licitações, com uso de empresas controladas pelo grupo. As apurações realizadas constataram o enriquecimento desproporcional dos diversos participantes da quadrilha, dentre os quais se destacam o mentor do esquema, seu filho e sua principal assistente.
LEMBRANDO
Indicado pelo então líder do PMDB na Câmara dos Deputados e hoje presidente da mesa diretora da casa Henrique Alves, Elias Fernandes deixou o comando do DNOCS no ano passado após ser alvo de várias denúncias de desvios de recursos.
Ex-deputado faz relação com DNOCS
O ex-deputado estadual Elias Fernandes conversou com repórteres da capital ainda no transcurso da "Operação Cactus". Ele admitiu suspeitar que se trata de algo relacionado ao DNOCS.
Ele disse estar tranqüilo e explicou que entende que a iniciativa tem haver com o DNOCS por se tratar de algo solicitado pela Polícia Federal do Ceará. "Como eu passei quatro anos lá no Ceará, sendo diretor, deduzo que deve ser alguma coisa ligada ao Dnocs e, como questionaram os convênios que aconteceram com os municípios, deve ter isso", acrescentou.
Em entrevista coletiva ele relatou como foi o trabalho da PF na casa dele. "Fui no meu escritório e eles examinaram tudo. Eles levaram uma sacola com um computador da casa que tem meu Imposto de Renda. Levaram uns papeis onde estava uma cópia do orçamento do DNOCS. Eles disseram que não podiam dizer do que se trata", relatou.
O ex-deputado contou que foi surpreendido. "Fiquei surpreso. Estava me preparando para sair para fazer uma caminhada a campanhia tocou com insistência. Quando minha esposa abriu eles disseram que estavam com um mandado de busca do Ceará e disseram: 'não se preocupe porque essa é uma atividade de rotina. Não sabemos dizer. Estamos apenas cumprindo uma decisão de um juiz do Ceará", disse.
Fonte: Jornal o mossoroense
Opinião do Blog Ideias & Fatos: Tem que ser investigado e os fatos esclarecidos, dinheiro público não é brinquedo é SAGRADO.
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