Crise financeira se agrava e Fundação Vingt-un Rosado pode encerrar atividades.

Fundação Vingt-un enfrenta uma das piores crises de sua história - Cacau

29 de Ago de 2013 - A cada dia a crise financeira enfrentada pela Fundação Vingt-un Rosado, mantenedora da Coleção Mossoroense, maior editora do Brasil em número de títulos publicados, se agrava. Após ter os serviços de internet e telefone suspensos, a energia elétrica da entidade foi cortada na última terça-feira, 27.
Soma-se a isso o atraso no pagamento dos funcionários e no aluguel do prédio onde a sede está instalada, despesas que poderiam ser quitadas caso os valores referentes ao convênio firmado com a atual administração da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) fossem repassados em dia.
"Até o momento só recebemos uma parcela do convênio, firmado a partir do mês de maio, ou seja, R$ 10 mil. Nossas dívidas devem estar em torno de R$ 80 mil. É uma situação muito complicada, está cada vez mais difícil manter a Fundação em funcionamento. Conversei com Julierme Torres (secretário de Comunicação Social da PMM), que ficou de dar uma resposta sobre o repasse, mas até agora nada foi dito", lamenta o diretor da Fundação Vingt-un Rosado, Dix-sept Sobrinho.
Caso os valores não sejam repassados, a instituição que leva o nome de um dos maiores pesquisadores do Rio Grande do Norte, abrigando atualmente mais de 150 mil livros, responsável pela Coleção que já publicou mais de 4,5 mil livros e lançou mais de dois mil autores, entre eles nomes consagrados como Dorian Jorge Freire e Raimundo Soares de Brito, poderá encerrar suas atividades, uma vez que as dívidas se acumulam, gerando inúmeras despesas.
Na gestão anterior, o convênio mantido com a Prefeitura era de R$ 19 mil mensais, porém a atual administração reduziu o repasse para R$ 10 mil por mês, com vigência de maio a dezembro, totalizando R$ 80 mil, ou seja, reduzindo-o em mais de 50% em relação aos anos anteriores. A situação chegou a um nível tão crítico que o diretor Dix-sept Sobrinho já pensa em deixar o comando da Fundação.
"Acredito que dei minha contribuição, fiz o que pude, coordenei o momento de transição após a morte de Vingt-un Rosado, mas hoje não dá mais para continuar. Tive problemas de saúde recentemente, tenho outras responsabilidades e não posso mais continuar comprometendo o meu próprio patrimônio para manter a Fundação. No mês de setembro será lançado um edital para eleição da nova diretoria, e já decidi que não serei mais candidato", revela.
Dix-sept Sobrinho destaca ainda que alguns projetos, como o Rota Batida, têm possibilitado a manutenção da entidade temporariamente. "Conseguimos o patrocínio da Petrobras e da Cosern, o que nos deu um gás para a execução do Rota Batida. Também contamos com o apoio de empresários, compreensão de pessoas como o proprietário da casa onde a Fundação está instalada, pois o nosso aluguel está atrasado há cinco meses", pontua.
A reportagem tentou contato com o secretário de Comunicação Social, Julierme Torres, e com a titular da Controladoria Geral do Município, Maria de Fátima Oliveira, para obter um posicionamento a respeito do atraso no repasse à Fundação Vingt-un Rosado, mas não obteve êxito nas tentativas.



Retirado do Jornal O Mossoroense.

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