'Quero que a polícia o ache', diz mãe sobre lutador suspeito de matar filho.


Tiago Ahmar de Moraes é procurado pela morte do
filho de 2 anos 
(Foto: Divulgação / Polícia Civil)


30 de JULHO de 2014 - A desempregada Cristiana Costa mora com a mãe em Vinhedo (SP) desde a morte do filho, Yago Vinicius de Moraes, de 2 anos, na semana passada. Ela deixou o apartamento que dividia com o pai do garoto, Tiago Ahmar de Moraes, lutador de jiu-jitsu que está foragido e é suspeito de matar a criança espancada. A jovem, de 22 anos, disse nesta quarta-feira (30) querer que ele "pague por cada dor" do menino e que a polícia o encontre "rápido". Sobre eventual omissão da parte dela, justificou ao relatar que recebia ameaças do rapaz, de 25 anos.

Yago morreu na quinta-feira (24), no Hospital de Clínicas da Unicamp, após ficar internado durante uma semana com traumatismo craniano e perfuração de órgãos vitais, segundo relatos de familiares à polícia. No primeiro atendimento médico, em um pronto-socorro de Vinhedo, os profissionais de saúde desconfiaram da versão dos pais de que a criança havia caído de um brinquedo e acionaram o Conselho Tutelar. Após a morte do garoto, um inquérito foi instaurado e o pai é considerado foragido.

'Quero que a polícia o encontre'


"Quero que a polícia encontre ele rápido, quero que encontre primeiro do que qualquer pessoa da minha família, porque não sei o que vai acontecer", disse a mãe. Cristiana morava com Moraes há 2 meses e disse que retomou a relação com ele em janeiro deste ano, quando lutador de jiu-jitsu deixou a cadeia, onde cumpria pena pela segunda vez por roubo, segundo ela. De acordo com investigadores, o suspeito, que bebia e era usuário de drogas, ficava agressivo sob efeito de entorpecentes.
Tiago Ahmar de Moraes é suspeito de matar o filho
Yago, de 2 anos 
(Foto: Reprodução / Facebook)


Durante a entrevista, Cristiana chorou ao fazer uma apelo à polícia para encontrá-lo e ao descrever a dor de perder o filho. A mãe de Yago disse que viu o pai bater nele poucas vezes e relatou que sempre tentava evitar as agressões. Segundo ela, apesar dos momentos em que batia no garoto, principalmente porque se irritava com o choro, Moraes tinha uma relação de carinho com o menino. A desempregada afirmou que nunca foi agredida pelo lutador.


Agressão antes da morte

Um dia antes de Yago ser internado, Cristiana disse que viu o pai agredi-lo. Relatou ter presenciado "muitos tapas" e ver o menino ser pego pelo pescoço e jogado na cama. Segundo ela, Moraes a ameaçava dizendo que pediria a guarda do garoto caso ela a denunciasse à polícia. A mãe relatou ainda que nunca o viu usar drogas em casa, apesar de ter conhecimento da dependência química.

A mãe disse estar "sem chão" desde a morte de Yago. "Não aceito que o pai dele tenha tirado a vida dele", desabafou. Segundo Cristiana, Moraes tem outros dois filhos. A última informação que teve é que a mãe do lutador o levou para a rodoviária de São Paulo.


Foragido

A partir dos relatos das testemunhas, a delegada titular de Vinhedo, Luciana Maria de Andrade Botteri, pediu a prisão de Moraes por 30 dias porque entendeu que ele é o principal suspeito da morte. No dia em que o garoto passou mal e foi internado, a mãe havia saído de casa e deixado ele com o pai. Quando voltou, o garoto estava de banho tomado na cama em convulsão.

O rapaz, que é faixa azul de jiu-jitsu, é de família de classe média alta em Vinhedo, filho de um médico e de uma psicóloga. Durante as buscas por ele nesta terça-feira no condomínio fechado onde os pais vivem, segundo a polícia, foi dito que ele estava com medo e, por isso, fugiu.

Cristiana Costa torce para que lutador suspeito de matar filho seja encontrado 
(Foto: Marcello Carvalho / G1)



Retirado do G1 Campinas e Região

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