Padre italiano leva migrantes africanos em piscina pública e é ameaçado por partidos extremistas.

A galeria de fotos de Dom Biancalani que se tornou alvo 
de polêmicas na Itália 
(Foto: Reprodução/Facebook/Massimo Biancalani)

25 de AGOSTO 2017 - Um padre da Itália se tornou alvo de polémicas políticas por seu ativismo em defesa de imigrantes. Dom Massimo Biancalani, da paróquia de Pistoia, cidade na Toscana, decidiu levar na semana passada um grupo de 15 migrantes africanos que está acolhendo em uma piscina pública, postando as fotos em sua conta no Facebook.

“E hoje, piscina! Eles são minha pátria, e os racistas e fascistas, meus inimigos”, escreveu o padre italiano na legenda da galeria, se se tornou alvo de inúmeros comentários, muitos dos quais críticos com a atitude do sacerdote e alguns até abertamente racistas.

Todavia, os ataques mais pesados chegaram dos líderes dos partidos de extrema-direita da Itália. “Este padre é anti-italiano”, escreveu em sua conta no Facebook o líder da Liga do Norte, Matteo Salvini. O partido neo-fascista Força Nova foi além, e prometeu que enviaria uma sua delegação para “vigiar” as missas celebradas por dom Biancalani.

Uma ameaça que provocou a reação do bispo de Pistoia, Fausto Tardelli. O religioso expressou toda sua indignação também em sua conta no Facebook. “Estamos realmente indo além dos limites. Eu só espero que eles estejam brincando, mesmo que acharia uma piada de mau gosto. Profanar a Santa Eucaristia com o pretexto absurdo de controlar o trabalho de um sacerdote, no momento em que ele celebra um sacramento, que se torna teatro de batalhas e lutas", escreveu o bispo. Dom Tardelli definiu a atitude de Força Nova como um “sacrilégio”, lembrando que o único que pode tomar providencias contra padres católicos são os próprios bispos.

Há muito tempo dom Massimo Biancalani vem usando sua página no Facebook para defender as operações de resgate de imigrantes no Mar Mediterrâneo, atraindo muitas críticas de partidários de movimentos contrários a imigração. A Itália é atualmente a principal porta de entrada para refugiados e migrantes forçados na Europa e já socorreu mais de 100 mil pessoas no Mediterrâneo somente em 2017.

ITÁLIA

Por G1

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