O que suas unhas revelam sobre sua saúde?


Um exame cuidadoso delas pode fornecer pistas que permitem eventualmente levar à descoberta de insuspeitadas doenças sistêmicas. Há uma série de anormalidades que são relacionadas a problemas de saúde bastante específicos. Um dermatologista experiente pode, por esse exame superficial, encontrar indícios que podem resultar no diagnóstico de uma tireoidite até a ocorrência de doenças graves, como o câncer. Todas as deformações, depressões, manchas, sinais e mudanças de aspecto podem ser sintomas de doenças diversas ainda sem manifestação clínica.

Mal paramos para pensar, mas as unhas têm funções diversas, como a de ajudar a prender pequenos objetos nas mãos, dar melhor sensibilidade e proteger os dedos. As unhas são anexos cutâneos que protegem as falanges distais (localizadas nas pontas dos dedos) e que também têm uma clara função estética, em especial para as mulheres. Elas nascem do interior da pele e são formadas por um composto de queratina compactada, chamada também de oniquina, de consistência dura, aparência translúcida, que agrega proteína, argina, cistina, enxofre e até água.

Pode-se dividir a estrutura da unha em partes, para efeitos de compreensão:

A mais evidente seria a estrutura da unha propriamente dita, que fica situada sobre o chamado leito ungueal (o local onde ela está leva este nome). Ela é constituída basicamente por escamas compactas, bastante coesas, formadas à base de queratina e com espessura de até 0,75 mm, normalmente. Por ser tão fina e ter uma substância protéica como sua base principal, é natural que a unha possa variar seu estado de tensão, podendo ficar amolecida, quando permanece por muito tempo em local úmido ou é superidratada, ou tornar-se ressequida e quebradiça, se ocorrer o processo contrário.

"A matriz ungueal é uma região bastante irrigada de sangue, onde o processo de divisão celular que acaba gerando as unhas é intensamente germinativo".

Uma parte importantíssima da unha é a chamada matriz ungueal, que é o local onde ela realmente tem origem, que algumas pessoas costumam chamar de “raiz da unha”. A matriz ungueal é uma região bastante irrigada de sangue, onde o processo de divisão celular que acaba gerando as unhas é intensamente germinativo. O chamado leito ungueal, que é a parte da derme e epiderme à qual a unha está fortemente unida e onde ela se “assenta” é uma zona com quantidade imensa de terminações nervosas. Quem já apertou a unha numa porta ou alicate tem ideia do que isso significa.

Outra estrutura fácil de reconhecer pelo seu desenho é a lúnula, aquele pedacinho da unha que parece uma meia-lua ou uma pequena lua, como o próprio nome diz, mais claro que o resto da coloração normal da unha (em função da menor queratinização das células ali). Eponíquio é o nome científico para aquela pele que recobre o contorno da unha, conhecida popularmente como cutícula, cuja retirada pode fazer com que o organismo se torne vulnerável à entrada de micro-organismos. Esse conjunto de subpartes que compõem a unha / lâmina ungueal pode ser alvo de diversas manifestações patológicas, seja por infecções causadas por micróbios, seja por traumatismos.

Sinais

O campo das doenças que têm impacto nas unhas - sistêmicas ou as chamadas onicomicoses - é muito extenso, por isso vamos falar apenas de alguns aspectos mais importantes e já bem estudados. A unha sadia é levemente rosada, sem manchas ou sinais, com ciclo de crescimento de três meses (unhas das mãos) e seis meses (unhas dos pés). O crescimento das unhas é sempre mais rápido nos mais jovens.

A lúnula - aquela meia lua esbranquiçada - e a matriz ungueal - localizada sob a pele que recobre o dorso da falange, próximo à lúnula, porém não visível - são as partes mais importantes da unha, já que, quando algum trauma acontece nesses locais, todo o processo de crescimento da unha fica prejudicado. O diagnóstico das alterações das unhas é feito com exame visual e com o dermatoscópio (em caso de lesão mais profunda que precise de avaliação). O dermatologista analisa toda a unha, em busca de manchas, sulcos, deformações e outras alterações.

"O dermatologista analisa toda a unha, em busca de manchas, sulcos, deformações e outras alterações".

Nem sempre o que se vê na unha corresponde a uma doença sistêmica, mas sempre pode ser o início de uma investigação. Veja abaixo alguns dos sinais mais comumente relatados na medicina como relacionados a essas doenças e algumas doenças que acometem as unhas propriamente ditas.

Doenças sistêmicas

Desnutrição - Unhas finas, esbranquiçadas.
Doenças do sangue - Unhas frágeis, esbranquiçadas para além do normal, que descamam.
Doenças renais - Unhas brancas próximas da lúnula e mais avermelhadas nas pontas podem sugerir insuficiência renal crônica. A ocorrência de estrias transversais está relacionada à perda de proteína.

Hipertireoidismo: unhas finas e pouco rígidas.
Hipotireoidismo: strias e descamação.
Doenças cardíacas e pulmonares: a falta de oxigenação pode fazer com que as unhas tenham uma coloração de azulada a levemente arroxeada.


Psoríase: unhas quebradiças, grossas, com depressões em formas de ponto e superfície rugosa.
Infecção por HIV: em geral causa a chamada “síndrome das unhas amarelas”, que também está relacionada à rinossinusite crônica.

Doenças do fígado: aspecto variado, em geral com as unhas brancas no centro e rosada ao redor (cirrose), aspecto quebradiço, com estrias.

Cuidados com as unhas:

- Evite traumas, contato com ambientes úmidos e substâncias químicas
- Mantenha unhas limpas e secas. Cuidado com o material usado em manicures e pedicures
- Use luvas nos afazeres domésticos, como lavagem de louças e manipulação de produtos de limpeza
- Corte as unhas no formato quadrado, sem arredondar os cantos
- Uma lixa fina ajuda a deixar as pontas das unhas lisas
- Em caso de unhas encravadas, procure um podólogo ou dermatologista, no caso de infecção ou de dor
- Se as unhas são grossas, deixe as mãos e os pés imersos em água morna e sabonete por alguns minutos para facilitar o corte

Curiosidades

Unha Encravada


Sapatos apertados e a manutenção inadequada das unhas dos pés, especialmente do “dedão”, são as principais causas de unha encravada, que cresce para dentro da pele, por conta do desvio na sua curvatura. Em geral, causa apenas a sensação de dor, podendo infeccionar.

Infecção por Fungos

A maior parte das doenças que se manifestam nas unhas é provocada pela presença de fungos, especialmente nos pés (por causa do calor e do abafamento). As infecções ocorrem sob a unha em quase todos os casos, mas também podem se manifestar sobre a unha e na raiz. Normalmente, as unhas acabam soltando-se.

iSaude Bahia

CONTEÚDO HOMOLOGADOBahiana

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