Sem água nas torneiras, moradores de Santana do
Matos enfrentam fila para pegar água nos
chafarizes espalhados pela cidade
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
26 de DEZEMBRO 2017 - Maria Rocha é costureira e tem 63 anos de idade. É avó de 22 netos e mãe de 11 filhos. Mas, presente de fim de ano, ela só quer um: “que chova bem muito”. Vasilhas, baldes, garrafões e tambores de água marcam o lugar dela na fila. Com as torneiras vazias, é precisa recorrer a chafarizes para ter o que beber.
26 de DEZEMBRO 2017 - Maria Rocha é costureira e tem 63 anos de idade. É avó de 22 netos e mãe de 11 filhos. Mas, presente de fim de ano, ela só quer um: “que chova bem muito”. Vasilhas, baldes, garrafões e tambores de água marcam o lugar dela na fila. Com as torneiras vazias, é precisa recorrer a chafarizes para ter o que beber.
Maria Rocha, moradora de Santana do Matos, tem esperança de um ano novo de boas chuvas (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Maria Alves, agricultora, ficou emocionada ao lembrar
que o fim do ano está se aproximando e ela não vai ter
dinheiro para presentear a família
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
Na cidade, o G1 encontrou outra Maria. Além do mesmo nome, as dificuldades e os sonhos também são iguais. Disse ela:
"Peço a Deus todos os dias que mande chuva. O fim do ano está chegando e eu não vou ter dinheiro para presentear meus filhos nem meus netos. Isso é muito triste"
As previsões para 2018 são um alento, mas não garantias. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o estado deve ter chuvas acima da média ano que vem, mas nada suficiente para encher os grandes reservatórios. Caso contrário, o sofrimento das marias e de quase toda a população do estado não tem como diminuir.
Na cidade, o G1 encontrou outra Maria. Além do mesmo nome, as dificuldades e os sonhos também são iguais. Disse ela:
"Peço a Deus todos os dias que mande chuva. O fim do ano está chegando e eu não vou ter dinheiro para presentear meus filhos nem meus netos. Isso é muito triste"
As previsões para 2018 são um alento, mas não garantias. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o estado deve ter chuvas acima da média ano que vem, mas nada suficiente para encher os grandes reservatórios. Caso contrário, o sofrimento das marias e de quase toda a população do estado não tem como diminuir.
Atualmente, dos 167 municípios potiguares, 153 estão em situação de emergência por causa da seca. Isso significa 92% do estado. A estiagem, que já dura seis anos, é considera a mais severa da história. E os prejuízos, segundo o governo, já passam dos R$ 4 bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.
Sem chuvas, o Açude Rio da Pedra, que abastece o
município de Santana do Matos, está praticamente seco
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
FOTOS: Açude Rio da Pedra seca e Santana do Matos (RN) entra em colapso d'água
Leito rachado e peixes mortos. Este é o cenário do
Açude Rio da Pedra, reservatório que abastece Santana
do Matos
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
Aposentado, José Ferreira de Medeiros precisa fazer
muito esforço para passar o dia inteiro levando baldes
de água para casa
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
Água que a Prefeitura de Santana do Matos oferece à população é amarelada
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
“Quem não precisa de água? Todo mundo precisa. É com ela que a gente cozinha, lava roupa e toma banho”, disse a agricultora Maria Socorro Alves, de 51 anos, apontando para o balde cheio. A coloração amarelada, segundo ela, não é problema. “É água do poço, moço. Por isso tem essa cor. Mas não tem cheiro ruim. É bem docinha e também dá pra beber”, afirmou.
Vasilhas, baldes, garrafões e tambores de água marcam
o lugar na fila. Com as torneiras vazias, população de
Santana do Matos precisa recorrer aos chafarizes para
ter o que beber (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Maria do Rosário diz que só usa a água que pega nos
chafarizes para lavar louça e tomar banho, e que por
isso está pagando caro a particulares para ter água boa
para beber e cozinhar (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Maria do Rosário tem 62 anos. Ela também sofre para levar água para casa. Mais que isso, vem passando dificuldades quando precisa comprar. “Não uso essa água amarela pra tudo. Dá pra tomar banho e lavar roupa, mas para cozinhar e beber eu preciso comprar. Em minha casa, que tem cinco pessoas, eu pagava uma conta de R$ 40 para a Caern e a água dava o mês todo. Agora, para pegar mil litros, que dá no máximo para uns quatro ou cinco dias, eu tô pagando R$ 30 para os carroceiros. Tá saindo muito caro”, reclamou.
Esperar pela água, que chega aos chafarizes da cidade
por meio de carros-pipa, já virou rotina na vida dos
moradores de Santana do Matos
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
RIO GRANDE DO NORTE SANTANA DO MATOS
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