Imagem de Emili (esq.) é comparada a r
econstituição
facial de criança encontrada morta
(Foto: Montagem/G1)
As amostras, coletadas na Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, serão enviadas para análise nos Estados Unidos. O resultado deve sair em até 30 dias.
Ainda que não seja comprovada a relação entre a menina desaparecida no Brasil e a criança encontrada morta nos Estados Unidos, as informações ficarão disponíveis em um banco de dados americano.
Durante a coleta do material genético, a mãe de Emili voltou a afirmar que não acredita que sua filha seja a menina carbonizada de Massachusetts. Josenilda afirmou que não viu semelhança entre as duas imagens.
O desaparecimento
Emili desapareceu no dia 21 de maio de 2014 depois de ser levada pelo pai, Alexandre Anacleto, da casa de onde vivia com a mãe. Na época, a menina tinha 2 anos. Os pais eram separados e viviam em conflito, segundo a polícia. Três dias depois do sumiço, o corpo de Alexandre foi encontrado carbonizado dentro de seu carro, que também foi queimado na Praia de Itajuba, em Barra Velha.
Nos Estado Unidos, a polícia não encontrou pistas sobre a identidade da criança encontrada carbonizada na península de Deer Island, próximo a cidade de Winthrop. Na página da polícia da cidade, eles a identificam como uma menina de aproximadamente quatro anos, olhos e cabelos castanhos, cerca de 13 quilos e 1 metro de altura.
Celulares da familia foram
apreendidos
(Foto: Cinthia
Raasch/RBS TV)
Já a foto de Emili já tinha sido disponibilizada pela Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, como alerta para os países da América do Sul.
A DPPD informou que segue em investigação. Na sexta-feira (24), agentes foram até Rancho Queimado, na Grande Florianópolis, para verificar em uma escola a denúncia de uma criança parecida com Emili. A suspeita não se confirmou, após os policiais verificarem a documentação dos pais da menina.
Um ano sem Emili
Durante um ano, a criança foi procurada da cidade onde morava, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, e até no Paraná. Conforme a Polícia Civil, a mãe da menina e a família também foram investigadas.
Conforme a delegada Milena de Fátima Rosa, da Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Jaraguá do Sul, neste ano foram apreendidos 14 celulares e um computador de familiares de Emili por parte de mãe.
Após análise do Instituto Geral de Perícias (IGP), não foram constatadas provas nos aparelhos móveis. O computador ainda passa por perícia.
Não importa se vou ter ela comigo ou não, só quero saber notícias dela"
Josenilda Miranda, mãe de Emili
“Em interceptações telefônicas, a mãe nunca chegou a comentar ou lamentar qualquer coisa a respeito da menina”, disse o delegado Wanderley Redondo.
Josenilda afirma que a família é inocente e não tem nada a ver com desaparecimento ou morte da menina. "Eu só quero justiça. Só quero ter minha filha de novo. Não importa se vou ter ela comigo ou não, eu só quero saber notícias dela. Para mim seria mais fácil saber que ela está morta e enterrada, pelo menos eu ia lá visitar ela, poderia conversar. Nem isso não posso, nem esse direito eu consigo", diz.
Desde que Emili desapareceu, foram coletados 35 depoimentos, testemunhas do últimos passos dados por ela e parentes. Pelo menos 20 locais foram vistoriados em busca da menina. Conforme Redondo, a maioria das buscas foi feita depois de denúncias por ligações telefônicas.
Na família da mãe, há histórico de boletins de ocorrência por subtração de objetos, furtos.Alexandre e Josenilda já tinham acusado um ao outro de ameaça. No dia 17 de março de 2014, o homem registrou um boletim de ocorrência em que afirmou que a família da ex-mulher iria matá-lo e colocar fogo no carro, informou a delegada.