Manifestantes mostram fotos de prisioneiros palestinos durante protesto em Ramallah por melhores condições nas prisões israelenses (Foto: Abbas Momani / AFP)
17 de ABRIL 2017 - Mais de mil palestinos detidos em penitenciárias israelenses iniciaram nesta segunda-feira (17) uma greve de fome coletiva, um movimento convocado por Marwan Barghuthi, líder da segunda intifada condenado à prisão perpétua.
A greve de fome pretende "acabar com os abusos" da administração penitenciária, afirmou Barghuthi, uma figura da resistência palestina à ocupação israelense, em um artigo enviado ao jornal americano The New York Times da penitenciária de Hadarim, norte de Israel.
A greve era destaque na imprensa palestina, um tema central, já que atualmente mais de 6.500 palestinos, incluindo 62 mulheres e 300 menores de idade, estão detidos em Israel.
Desde 1967 e a ocupação pelo exército dos territórios palestinos, mais de 850.000 palestinos foram detidos por Israel, de acordo com os dirigentes.
Nos últimos anos, vários palestinos realizaram greves de fome individuais para protestar contra os abusos, protestos que os deixaram à beira da morte e terminaram com acordos de libertação. Alguns, no entanto, foram detidos novamente pouco depois.
'Apartheid judicial'
As iniciativas individuais provocaram intensos debates na sociedade palestina. Muitos denunciam atos perigosos para os que realizam a greve e sem impacto para o conjunto dos prisioneiros.
Desta vez, pela primeira vez em muitos anos foi definido um movimento coletivo para apresentar "petições humanitárias previstas no direito internacional e reconhecidas como parte dos direito humanos", afirmou à AFP Fedwa Barghuthi, esposa de Marwan Barghuthi, durante um protesto em Ramallah.
Manifestantes carregam bandeiras com a foto do palestino Marwan Barghouti, pisioneiro que convocou greve de fome (Foto: Abbas Momani/AFP)
Os prisioneiros pedem, entre outras coisas, telefones públicos nas penitenciárias, direitos de visita ampliados, o fim das "negligências médicas" e dos envios ao isolamento, assim como acesso aos canais de televisão e à climatização.
A presidência palestina pediu ao governo israelense uma resposta às demandas por "liberdade e dignidade dos prisioneiros".
A última greve conjunta nas prisões israelenses acontecem em fevereiro de 2013, quando 3.000 palestinos se negaram a comer, durante um dia, para protestar contra a morte na prisão de um detento.
Marwan Barghouthi, grande rival do presidente palestino Mahmud Abbas dentro do partido Al-Fatah e com frequência apontado como líder nas pesquisas de uma hipotética eleição presidencial palestina, organizou o movimento, uma novidade desde sua detenção há 15 anos, de acordo com sua esposa.
"Os prisioneiros palestinos sofrem torturas, tratamentos degradantes e desumanos e negligências médicas. Alguns morreram como detentos", denuncia no artigo do "New York Times" aquele que foi um dos líderes da revolta mais emblemática contra Israel entre 2000 e 2005.
Barghuthi denuncia "um apartheid judicial que garante uma impunidade para os israelenses que cometem crimes contra os palestinos e criminaliza (...) a resistência palestina".
"Quase 1.300 detentos palestinos iniciaram uma greve de fome e o número pode aumentar nas próximas horas", declarou à AFP Issa Qaraqee, secretário para a questão dos prisioneiros dentro da Autoridade Palestina.
"Segundo as informações que temos no momento, 1.500 prisioneiros se negam a comer para denunciar as condições de detenção", afirmou Amani Sarahneh, porta-voz do Clube dos Prisioneiros Palestinos, a ONG de referência nos territórios ocupados sobre a questão dos detentos.
O porta-voz da Administração Penitenciária de Israel, Assaf Librati, citou "quase 1.100" detentos em oito prisões israelenses e mencionou "medidas disciplinarias já adotadas".
"A administração penitenciária israelense não negocia", advertiu.
'Dia dos prisioneiros'
De acordo com o Clube dos Prisioneiros, "a Administração Penitenciária confiscou todos os bens que estavam nas celas dos grevistas e transferiu alguns detentos em greve para outras penitenciárias".
A greve de fome por tempo indeterminado teve início por ocasião do "dia dos prisioneiros", celebrado há mais de 40 anos pelos palestinos.
Em resposta a uma convocação de ONGs, de diversos partidos e do governo, milhares de palestinos protestam em várias cidades da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Atualmente, 6.500 palestinos, incluindo 62 mulheres e 300 menores de idade, estão detidos em Israel. Quase 500 deles se encontram sob regime extrajudicial de detenção administrativa, o que permite uma prisão sem processo ou acusação. Além disso, 13 deputados palestinos, de diferentes partidos políticos, estão presos.
Israel ocupa territórios palestinos como a Cisjordânia há meio século. As negociações de paz que deveriam resultar na criação de um Estado Palestino em coexistência com o Estado de Israel estão paralisadas.
Por France Presse
Fonte: G1
A greve de fome pretende "acabar com os abusos" da administração penitenciária, afirmou Barghuthi, uma figura da resistência palestina à ocupação israelense, em um artigo enviado ao jornal americano The New York Times da penitenciária de Hadarim, norte de Israel.
A greve era destaque na imprensa palestina, um tema central, já que atualmente mais de 6.500 palestinos, incluindo 62 mulheres e 300 menores de idade, estão detidos em Israel.
Desde 1967 e a ocupação pelo exército dos territórios palestinos, mais de 850.000 palestinos foram detidos por Israel, de acordo com os dirigentes.
Nos últimos anos, vários palestinos realizaram greves de fome individuais para protestar contra os abusos, protestos que os deixaram à beira da morte e terminaram com acordos de libertação. Alguns, no entanto, foram detidos novamente pouco depois.
'Apartheid judicial'
As iniciativas individuais provocaram intensos debates na sociedade palestina. Muitos denunciam atos perigosos para os que realizam a greve e sem impacto para o conjunto dos prisioneiros.
Desta vez, pela primeira vez em muitos anos foi definido um movimento coletivo para apresentar "petições humanitárias previstas no direito internacional e reconhecidas como parte dos direito humanos", afirmou à AFP Fedwa Barghuthi, esposa de Marwan Barghuthi, durante um protesto em Ramallah.
Manifestantes carregam bandeiras com a foto do palestino Marwan Barghouti, pisioneiro que convocou greve de fome (Foto: Abbas Momani/AFP)
Os prisioneiros pedem, entre outras coisas, telefones públicos nas penitenciárias, direitos de visita ampliados, o fim das "negligências médicas" e dos envios ao isolamento, assim como acesso aos canais de televisão e à climatização.
A presidência palestina pediu ao governo israelense uma resposta às demandas por "liberdade e dignidade dos prisioneiros".
A última greve conjunta nas prisões israelenses acontecem em fevereiro de 2013, quando 3.000 palestinos se negaram a comer, durante um dia, para protestar contra a morte na prisão de um detento.
Marwan Barghouthi, grande rival do presidente palestino Mahmud Abbas dentro do partido Al-Fatah e com frequência apontado como líder nas pesquisas de uma hipotética eleição presidencial palestina, organizou o movimento, uma novidade desde sua detenção há 15 anos, de acordo com sua esposa.
"Os prisioneiros palestinos sofrem torturas, tratamentos degradantes e desumanos e negligências médicas. Alguns morreram como detentos", denuncia no artigo do "New York Times" aquele que foi um dos líderes da revolta mais emblemática contra Israel entre 2000 e 2005.
Barghuthi denuncia "um apartheid judicial que garante uma impunidade para os israelenses que cometem crimes contra os palestinos e criminaliza (...) a resistência palestina".
"Quase 1.300 detentos palestinos iniciaram uma greve de fome e o número pode aumentar nas próximas horas", declarou à AFP Issa Qaraqee, secretário para a questão dos prisioneiros dentro da Autoridade Palestina.
"Segundo as informações que temos no momento, 1.500 prisioneiros se negam a comer para denunciar as condições de detenção", afirmou Amani Sarahneh, porta-voz do Clube dos Prisioneiros Palestinos, a ONG de referência nos territórios ocupados sobre a questão dos detentos.
O porta-voz da Administração Penitenciária de Israel, Assaf Librati, citou "quase 1.100" detentos em oito prisões israelenses e mencionou "medidas disciplinarias já adotadas".
"A administração penitenciária israelense não negocia", advertiu.
'Dia dos prisioneiros'
De acordo com o Clube dos Prisioneiros, "a Administração Penitenciária confiscou todos os bens que estavam nas celas dos grevistas e transferiu alguns detentos em greve para outras penitenciárias".
A greve de fome por tempo indeterminado teve início por ocasião do "dia dos prisioneiros", celebrado há mais de 40 anos pelos palestinos.
Em resposta a uma convocação de ONGs, de diversos partidos e do governo, milhares de palestinos protestam em várias cidades da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Atualmente, 6.500 palestinos, incluindo 62 mulheres e 300 menores de idade, estão detidos em Israel. Quase 500 deles se encontram sob regime extrajudicial de detenção administrativa, o que permite uma prisão sem processo ou acusação. Além disso, 13 deputados palestinos, de diferentes partidos políticos, estão presos.
Israel ocupa territórios palestinos como a Cisjordânia há meio século. As negociações de paz que deveriam resultar na criação de um Estado Palestino em coexistência com o Estado de Israel estão paralisadas.
Fonte: G1