“O diabetes é uma doença crônica que requer tratamento e um pouco de disciplina alimentar. Mas a pessoa consegue, sim, comer de tudo, fazer atividade física, exercer qualquer profissão que deseja, se estiver, claro, com bom controle, com boa consciência da doença e bom tratamento”, explica Lorena Lima Amato, médica endocrinologista e doutora pela Universidade de São Paulo (USP).
Diferentes manifestações
Existem três tipos principais da doença. No tipo 1, há um defeito do sistema imunológico, os anticorpos atacam as células que produzem a insulina e elas são destruídas. No tipo 2, há uma resistência à insulina e deficiência na secreção dela. E existe ainda a chamada diabetes gestacional, quando ocorre a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação.
O segundo tipo acomete cerca de 90% dos diabéticos. “O diabetes tipo 2, que é o mais prevalente, tem sim uma forte carga genética. Mas nós sabemos que, se a pessoa se mantiver eutrófica (que é dentro do peso normal), mantiver uma boa alimentação, atividade física regular, com bastante massa magra, existe uma grande possibilidade dessa doença não aparecer”, considera a médica.
A especialista explica que manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar o surgimento dessa patologia. “Um estilo de vida saudável, não ganhar peso. Isso com certeza vai prevenir o surgimento do diabetes tipo dois”, diz.
Exercícios e diabetes
Para incentivar a prática de atividades físicas, a mudança de comportamento para algo saudável, combater complicações da doença e ainda gerar conscientização e união pela causa, Bruno Helman, ativista e CEO, fundou o Instituto Correndo Pelo Diabetes. Ele foi diagnosticado com diabetes mellitus tipo 1, aos 18 anos, pouco antes de prestar vestibular para Relações Internacionais.
Ele teve depressão pós-diagnóstico e se viu em um cenário desconhecido. “Foi um momento bem traumático da minha jornada, uma vez que, quando eu fui diagnosticado, eu não sabia praticamente nada sobre a condição”. Com o tempo, Bruno foi aprendendo sobre a doença e mudou a rotina para incluir as aplicações de insulina. Ele encontrou na corrida uma paixão.
“O Correndo Pelo Diabetes é fundamental, pois ele me trouxe amigos, me trouxe um senso de pertencimento, um senso de comunidade. A partir dele, eu consegui encontrar a minha missão, o meu propósito, que é ajudar outras pessoas, ajudar outras famílias para que elas também se apropriassem e se empoderassem, para que elas vivessem uma vida saudável, uma vida ativa, uma vida longínqua. Não uma vida apesar do diabetes, mas sim uma vida com diabetes”, conta.
Nascido em 2017, o projeto é uma organização sem fins lucrativos que já impactou mais de 2 mil pessoas, estimulando a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com diabetes e dos seus familiares. O Correndo Pelo Diabetes já percorreu mais de 10 cidades no Brasil e no exterior. Além disso, contabiliza 26 eventos presenciais, entre corridas e distribuição de cestas básicas durante a pandemia. Hoje, Bruno tem 27 anos e chegou a ganhar o troféu de atleta do ano na categoria destaque pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Fonte: Brasil 61
Fonte: Jornal O Mossoroense.