6 de MAR 2013 - Um adesivo que entrega o
hormônio estrogênio através da pele pode ser um tratamento mais barato e
seguro para o câncer de próstata do que as terapias atuais. É o que
revela estudo de pesquisadores do Imperial College London, no Reino
Unido.
Ensaios clínicos
mostraram que os adesivos, usados normalmente para tratar os sintomas da
menopausa nas mulheres, reduziu os níveis de testosterona em homens a
um nível semelhante ao alcançado com o tratamento hormonal atual, ou
injeções de LHRHa.
Muitos
cânceres de próstata precisam do hormônio masculino testosterona para
crescer. O uso de drogas para reduzir a testosterona em estágios
avançados da doença pode diminuir o crescimento do tumor.
Na
década de 1960, isso foi feito usando comprimidos de estrogênio, mas
isso causou efeitos colaterais sobre o coração e a coagulação do sangue
de alguns homens. Agora, as injeções de LHRHa são o principal tratamento
para a redução da testosterona, mas elas podem também causar efeitos
secundários graves, incluindo osteoporose, fraturas ósseas e diabetes.
O
estudo comparou o tratamento padrão, injeções de LHRHa, aos adesivos de
estrogênio em homens com câncer de próstata localmente avançado ou
câncer de próstata que se espalhou, a fim de testar os benefícios e
efeitos colaterais dos adesivos.
Cerca
de 254 homens participaram da tentativa inicial que mostrou que os
adesivos pareciam suprimir os níveis de testosterona de forma semelhante
às injeções de LHRHa. É importante ressaltar que os adesivos não
causaram o mesmo grau de problemas de coagulação do sangue causados por
comprimidos de estrogênio.
E
depois de 12 meses, os pesquisadores também descobriram que aqueles que
receberam o tratamento LHRHa tiveram maior glicemia e colesterol mais
alto, o que pode aumentar o risco de doença cardíaca em comparação com
os homens tratados com adesivos.
"Estes
resultados promissores sugerem que podemos ser capaz de usar adesivos
de estrogênio ou um gel de estrogênio para tratar o câncer de próstata
sem aumentar significativamente o risco de doença cardíaca e derrame",
afirma a pesquisadora Ruth Langley.
O
próximo passo da equipe é testar se os adesivos de estrogênio são tão
eficazes em parar o crescimento do câncer de próstata quanto os
tratamentos hormonais atuais. "Estamos testando isso em mais de 600
pacientes e alguns resultados iniciais podem estar disponíveis ainda
este ano", conclui o autor da pesquisa Paul Abel.