Cesáreas desnecessárias preocupam OMS
(Foto: ALBANE NOOR / BSIP)
11 de ABRIL de 2015 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (10) para o número excessivo de mulheres -- em especial em países de renda alta ou média -- que recorrem sem necessidade à cesariana para dar à luz seus filhos.
"Não existem evidências de que fazer cesáreas em mulheres ou bebês que não necessitem dessa cirurgia traga benefícios. Assim como qualquer cirurgia, uma cesárea acarreta
riscos imediatos e a longo prazo. Esses riscos podem se estender muitos anos depois de o parto ter ocorrido e afetar a saúde da mulher e do seu filho, podendo também comprometer futuras gestações", disse a OMS.
Enquanto isso, outras grávidas com reais necessidades médicas de fazer este procedimento simplesmente não têm acesso à cirurgia, especialmente em nações pobres. Um comunicado da organização pede que as necessidades de cada paciente sejam levadas em conta individualmente, em vez de se tentar atingir metas gerais de índices de cesáreas.
Desde meados dos anos 1980, os médicos concluíram que a taxa ideal de cesarianas deveria variar entre 10% a 15% dos nascimentos, mas a comunidade de saúde trabalha para estabelecer uma nova recomendação. "Se um país tem uma taxa abaixo de 10%, você vai ver que há mais mães e bebês morrendo por (falta de) acesso", disse Marleen Temmerman, diretora do departamento de saúde reprodutiva da OMS.
"Vemos mulheres morrendo em alguns países porque não conseguem ser operadas a tempo", afirmou. "Em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, existe realmente uma epidemia de cesarianas, mesmo quando não há necessidade médica", disse ainda a diretora. No Brasil, levando-se em conta tanto a rede pública quanto a privada, a cesariana representa 55,6% do total dos nascimentos.
Segundo cifras de 2008 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 23% das crianças vieram ao mundo na Europa por cesariana. A prática corresponde a 35% dos partos nas Américas do Norte e do Sul e 24% no Pacífico ocidental.
Apenas a África e o Sudeste asiático, com taxas de 3,8% e 8,8%, parecem estar livres dessa "epidemia", informa a agência AFP.
As recomendações feitas nesta sexta-feira foram um dos primeiros apelos específicos feito pela OMS para reduzir o número de partos por cesariana exceto quando há necessidade médica para tal. "Eu penso que esta é a primeira vez que estamos sendo tão explícitos a esse respeito", disse a especialista perinatal da OMS, Metin Gulmezoglu.
A OMS ainda recomendou a adoção de uma escala internacional que permita padronizar os dados sobre cesarianas, ajudando no monitoramento e comparação entre dados de diferentes regiões ou mesmo instituições de saúde.
Do G1, em São Paulo
11 de ABRIL de 2015 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (10) para o número excessivo de mulheres -- em especial em países de renda alta ou média -- que recorrem sem necessidade à cesariana para dar à luz seus filhos.
"Não existem evidências de que fazer cesáreas em mulheres ou bebês que não necessitem dessa cirurgia traga benefícios. Assim como qualquer cirurgia, uma cesárea acarreta
riscos imediatos e a longo prazo. Esses riscos podem se estender muitos anos depois de o parto ter ocorrido e afetar a saúde da mulher e do seu filho, podendo também comprometer futuras gestações", disse a OMS.
Enquanto isso, outras grávidas com reais necessidades médicas de fazer este procedimento simplesmente não têm acesso à cirurgia, especialmente em nações pobres. Um comunicado da organização pede que as necessidades de cada paciente sejam levadas em conta individualmente, em vez de se tentar atingir metas gerais de índices de cesáreas.
Desde meados dos anos 1980, os médicos concluíram que a taxa ideal de cesarianas deveria variar entre 10% a 15% dos nascimentos, mas a comunidade de saúde trabalha para estabelecer uma nova recomendação. "Se um país tem uma taxa abaixo de 10%, você vai ver que há mais mães e bebês morrendo por (falta de) acesso", disse Marleen Temmerman, diretora do departamento de saúde reprodutiva da OMS.
"Vemos mulheres morrendo em alguns países porque não conseguem ser operadas a tempo", afirmou. "Em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, existe realmente uma epidemia de cesarianas, mesmo quando não há necessidade médica", disse ainda a diretora. No Brasil, levando-se em conta tanto a rede pública quanto a privada, a cesariana representa 55,6% do total dos nascimentos.
Segundo cifras de 2008 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 23% das crianças vieram ao mundo na Europa por cesariana. A prática corresponde a 35% dos partos nas Américas do Norte e do Sul e 24% no Pacífico ocidental.
Apenas a África e o Sudeste asiático, com taxas de 3,8% e 8,8%, parecem estar livres dessa "epidemia", informa a agência AFP.
As recomendações feitas nesta sexta-feira foram um dos primeiros apelos específicos feito pela OMS para reduzir o número de partos por cesariana exceto quando há necessidade médica para tal. "Eu penso que esta é a primeira vez que estamos sendo tão explícitos a esse respeito", disse a especialista perinatal da OMS, Metin Gulmezoglu.
A OMS ainda recomendou a adoção de uma escala internacional que permita padronizar os dados sobre cesarianas, ajudando no monitoramento e comparação entre dados de diferentes regiões ou mesmo instituições de saúde.
Do G1, em São Paulo