29 de ABRIL de 2015 - O corpo do brasileiro Rodrigo Gularte, executado na Indonésia na madrugada desta quarta-feira (29) – tarde de terça-feira (28) no Brasil –, era velado nesta quarta em um hospital em Jacarta com a presença de sua prima, Angelita Muxfeldt, que acompanhou seus últimos momentos.
O corpo de Gularte foi levado para o Hospital Saint Carolus, na capital do país. Uma foto do brasileiro e uma cruz com seu nome e a data de seu nascimento e de sua morte estavam ao lado do caixão.
O corpo ainda será transportado para o Brasil, onde será enterrado, a pedido do próprio Gularte. Uma prima do paranaense, Lisiane Gularte, disse ao G1 que ele será velado novamente e sepultado em Curitiba.
As execuções dos oito condenados reforçam a linha dura do governo da Indonésia contra as drogas – todos cometeram crimes relacionados ao tráfico de drogas. A posição do país é criticada pelas Nações Unidas e por organizações de direitos humanos.
Além do brasileiro, foram fuzilados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio.
Segundo testemunhas, eles encararam o pelotão de fuzilamento de cabeça erguida, recusaram vendas nos olhos e entoaram canções religiosas.
O governo brasileiro divulgou nota na tarde desta terça na qual diz ter recebido com "profunda consternação" a notícia da execução na Indonésia do brasileiro e transmite "solidariedade" à família. Ele é o segundo brasileiro fuzilado por tráfico de drogas na Indonésia – o primeiro foi Marco Archer, em janeiro. De acordo com a nota, as execuções dos dois brasileiros representam "fato grave" nas relações entre os dois países.
Segundo o texto, a morte de Gularte é "fato grave" nas relações entre Brasil e Indonésia. A nota diz que o Brasil trabalhará nos organismos internacionais de direitos humanos pela abolição da pena de morte.
A Austrália também se manifestou após as execuções, anunciando que convocou seu embaixador na Indonésia para consultas após a execução de dois de seus cidadãos serem executados por fuzilamento.
Os australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan, a exemplo do brasileiro Rodrigo Gularte, foram condenados à morte pelo crime de tráfico de drogas. O governo australiano tentou salvar a vida dos dois de diversas formas, por se opor à pena capital, mas não teve sucesso.
em frente a caixão durante funeral em Jacarta nesta
quarta-feira (29) (Foto: AP)