23 de JANEIRO de 2013 - O
Brasil vai contar com mais quatro novos bancos públicos de sangue de
cordão umbilical até 2016. O sangue do cordão umbilical contém
células-tronco, o que aumenta as chances de pacientes encontrarem um
doador compatível para o transplante de medula no País. Somente 30% dos
pacientes encontram o doador na família, e cerca de 70% depende dos
bancos públicos. Atualmente, mais de mil brasileiros estão à procura de
um doador compatível.
Segundo o diretor do centro de transplantes
do Instituto Nacional de Câncer José Gomes Alencar (Inca), ligado ao
Ministério da Saúde, Luis Fernando Bouzas, o sangue de cordão umbilical
pode curar até 80 doenças. "O sangue do cordão umbilical tem
células-tronco com características diferentes que vão atender essas
pessoas que não tem o doador na sua família. São pacientes com leucemia,
doenças genéticas graves que atingem a medula óssea, o sistema
imunológico com linfomas e alguns tipos de tumores, ou seja, cerca de 80
doenças diferentes pelo menos se beneficiam do transplante de medula
óssea".
Luis Fernando Bouzas lembra que antes da doação do sangue de cordão
umbilical a mãe do bebê passa por uma série de exames. "As gestantes têm
que ser acompanhadas no pré-natal, com exames para que não haja
infecção e doenças que possam ser transmitidas pelo sangue. Se a
gestante concordar com a doação do material para um banco público, ela
vai assinar um termo de consentimento".
Atualmente, no Brasil, 12 bancos públicos que armazenam o sangue do
cordão umbilical estão em funcionamento. Já são mais de dez mil unidades
armazenadas em todo o País. Do total, cerca de 150 já foram utilizados
em transplantes desde 2001. A construção e a manutenção das unidades faz
parte da parceria do Ministério da Saúde com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDES). Para a construção, serão investidos
R$ 23 milhões.
Como se tornar um doador de Medula Óssea.
Para se cadastrar, basta que o candidato tenha entre 18 e 55 anos e
apresente boa saúde. O cadastro pode ser feito em um dos hemocentros do
País. É feita a coleta de uma amostra de sangue de 5 ml para testes que
determinam as características genéticas que são necessárias para a
compatibilidade entre o doador e o paciente.
Os dados são inseridos no cadastro do Registro Brasileiro de Doadores
de Medula Óssea (Redome) e, sempre que surgir um novo paciente, a
compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será
consultado para decidir quanto à doação. É recomendado, no entanto, que o
candidato à doação esteja ciente do que se trata ao fazer o cadastro
para evitar desistências ao ser convocado.
Existem três tipos de doação de medula: o de coleta de medula direto
do osso da bacia, transplante de sangue periférico e o de utilização de
cordão umbilical. A equipe médica é que define qual o melhor jeito de
realizar a doação. O método mais comum é o de coleta da medula direto do
osso. Nesse procedimento, fica garantida a quantidade suficiente de
medula para realização do transplante. Ele é feito em centro cirúrgico,
sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de
24 horas. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais
depois da primeira semana.
Em alguns casos o transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de doenças do sangue.
Relatório.
O Relatório de Produção dos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e
Placentário para Uso Autólogo está disponível para consulta no Portal da
Anvisa e apresenta dados de produção de 2010, além de atualização das
informações referentes aos anos de 2003 a 2009.
Segundo o relatório, no ano de 2010, os bancos atingiram o
quantitativo de 18 serviços instalados no País: dois na região
Centro-Oeste, dois na região Sul, três na região Nordeste e onze na
região Sudeste.